
Quase todas essas revistas eram produzidas ali mesmo em São Cristóvão, bem pertinho, pela Editora Brasil América. O « Pato Donald » saía pela Editora Abril, instalada no início dos anos 50.
Ganhei meus primeiros livros no internato das mãos da professora Maria Luíza, quando estava na quarta série. Ela os dava como estímulo ao estudo. Valiam ouro pelo que então significavam : davam asas ao pensamento. Eram livros sobre a história e sobre a geografia do Brasil.
Um dos autores preferidos da professora era o hoje desconhecido Francisco Marins. Ganhei “Território de Bravos”, a história da conquista do Acre pelos brasileiros comandados por Plácido de Castro que avançaram mata adentro na Amazônia para extração do látex da seringueira; aventura que resultou na incorporação do Acre ao Brasil. Do mesmo autor ganhei também “Expedição aos Martírios” que narra a história de um grupo de aventureiros que parte pelo interior do país em busca das minas perdidas.
Marins era então um jovem escritor, com pouco mais de trinta anos, e viria a produzir muitos outros textos, muitos dos quais se tornariam clássicos da literatura juvenil brasileira. “Os Segredos do Taquara-Póca”, “O Coleira Preta”, “Nas Terras do Rei Café”, dentre outros, fariam parte, décadas mais tarde, da biblioteca dos meus filhos.

Esses autores e seus livros foram, juntamente com Monteiro Lobato, os responsáveis por boa parte dos conceitos de cidadania que aprendíamos na escola. De leitura agradável e atraente, aumentavam nossa curiosidade pela nossa história, cultura, geografia e economia. Menos conhecidos, mas não menos importantes, os ilustradores desses livros agregavam um valor enorme ao texto escrito. Meus olhos ficavam atraídos por muito tempo numa mesma gravura tentando encontrar detalhes e outras histórias que o autor esquecera de contar...
Era muito bom o tico tico....
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