segunda-feira, 30 de abril de 2012

O antigo hino do EGA


Minha irmã, que também foi aluna do EGA nos anos 50-60, esteve no ano passado (2011) de volta ao colégio (o antigo Departamento Feminino, no Campo de S. Cristóvão) para uma missa em louvor ao patrono Antonio Gonçalves de Araújo. Já não funcionava mais o regime de internato e ela achou tudo muito mudado em relação ao tempo em que ali estudou.

O contato com o ambiente e com algumas alunas antigas, entretanto, estimulou sua memória e ela se lembrou de um hino do qual eu já não tinha a menor idéia. Era o antigo hino do educandário cuja letra, ela garante, seria assim:


“Da orfandade e da pobreza

feriu-nos o agudo espinho,

da aurora da vida em prantos,

sem amparo e sem carinho.



Mas deu-nos plácido asilo

Araújo o grande amigo.

Legou-nos conforto, vida, luz,

amor, ternura e abrigo.



Protetor bendito salve,

que a dor converteste em risos.

Coroas teçam-te os anjos

na glória do paraíso.

Salve! Salve!"



Henrique Pinto, que foi meu colega na Teixeira Jr, também se lembra de que esse hino era igualmente cantado no Departamento Masculino. Recordou-me que foi ensinado e ensaiado por uma "professora" chamada Da. Inez que nos havia dado algumas aulas de música durante certa época. Diz que ela também nos ensinou o "Canto do Pagé" de Heitor Villa Lobos, depois cantado pelo nosso colega Roberto em uma comemoração. A partir de então, diz ele, em quase todas as festas do EGA nós cantávamos este hino.

Hoje em dia, segundo contaram à minha irmã, o antigo hino não é mais cantado, tendo sido substituído por um mais moderno.

Tentei encontrar alguma referência sobre o velho hino e tudo o que descobri foi uma notícia sobre um hino a Gonçalves de Araújo cuja autoria era atribuída ao maestro Francisco Braga e a letra ao barão de Ramiz Galvão. A data não é informada, mas é provável que seja das primeiras décadas do século passado.

Essa indicação está no catálogo da “Exposição comemorativa do centenário de Francisco Braga (1868-1945), publicada pela Biblioteca Nacional (RJ), e que está atualmente disponível em versão digital que pode ser acessada pelo link abaixo. A referência ao hino está na página 83, onde é dada como peça não encontrada nos vários acervos de obras de Francisco Braga. Será o mesmo hino?

Ramiz Galvão, como se sabe, foi o primeiro diretor do EGA, desde sua fundação em 1900. O maestro Francisco Braga, por outro lado, conhecido como autor do hino da Bandeira, teria sido, segundo a fonte mencionada, aluno de um “Asilo para Crianças Desvalidas”, onde ficou interno dos 8 aos 18 anos de idade.


http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/icon1285813.pdf



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